16/07/2007                                                                                                                                                                                                        Ano I - Edição 16

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Na última Letterícia vimos que existem dois tipos de modelos de crescimento das empresas na literatura econômica: a) os modelos estocásticos, que sugerem que o crescimento das empresas é um processo puramente aleatório, e b) os modelos não-estocásticos.  Nesta Letterícia vamos tratar do primeiro tipo.

 

Um dos mais importantes estudos sobre o crescimento das empresas e da estrutura dos mercados começou com Robert Gibrat, com seu livro intitulado Inégalités Économiques (Desigualdades Econômicas), publicado em Paris em 1931. Segundo o Professor John Sutton, da London School of Economics, o livro de Gibrat apresentou o primeiro modelo formal da dinâmica da empresa e da estrutura do mercado.

 

O principal argumento de Gibrat era que o crescimento de cada empresa em cada período é independente de suas características observáveis, como por exemplo, tamanho e crescimento passado, e tal hipótese ficou conhecida como a “Lei do Efeito Proporcional”-LEP.  De acordo com essa lei, o crescimento não é relacionado com o tamanho da empresa; seja ela grande, ou, seja ela pequena, a empresa tem a mesma probabilidade de atingir qualquer taxa particular de crescimento em qualquer período.  Ao longo do tempo, algumas empresas “têm sorte” e tendem a desfrutar de uma fatia acima da média das taxas de crescimento, enquanto outras “têm má-sorte” e tendem a permanecer no mesmo tamanho ou declinam.

 

Esta hipótese inaugura uma tradição de análises que se preocupa com a observação de algumas regularidades quanto à distribuição do tamanho das empresas e suas dinâmicas, mais do que com uma observação de parâmetros de determinantes do crescimento da empresa.  De acordo com a LEP, em termos de mercado, qualquer que seja a forma da distribuição inicial de tamanho das empresas (isto é, se haverá mais ou menos empresas de pequeno ou grande porte), ao longo do tempo a distribuição tenderá a uma distorção.

 

Há uma extensiva evidência empírica sobre a validade da LEP para a indústria manufatureira, tanto nos EUA quanto na Europa (a evidência sobre a Ásia é quase nula).  Os resultados têm sido mistos.  A maioria dos estudos iniciais encontrou tanto nenhum relacionamento quanto um relacionamento positivo entre tamanho e crescimento.   Alguns estudos mostraram que quase todos os trabalhos desenvolvidos sobre a LEP estiveram relacionados com o setor industrial, e que ainda está em aberto se a dinâmica do crescimento da empresa no setor de serviços reflete ou não aquilo que se verifica na indústria.

 

Um dos maiores problemas deste enfoque da LEP é certamente a hipótese de independência entre a história das diferentes empresas, negligenciando qualquer processo de competição pelo qual elas possam atravessar.  Uma formulação parcialmente alternativa foi proposta nos anos 90 pelos Professores Herbert Simon (prêmio Nobel de Economia) e John Sutton, a qual assume a existência de um conjunto finito de “oportunidades de crescimento” (ou, de modo equivalente, uma constante chegada de novas oportunidades) e de crescimento de empresas, condicionado pelo número de oportunidades que cada empresa está apta a capturar.

 

No início deste século surgiu uma abordagem que compartilha esta caracterização do processo competitivo estocástico sugerido por Simon e Sutton, mas lida com o mecanismo pelo qual as oportunidades são capturadas de modo diferente.  Segundo este enfoque, a probabilidade de uma dada empresa capturar uma nova oportunidade depende do número de oportunidades já capturadas.  Ao invés de assumir que a captura de cada oportunidade para uma dada empresa seja um evento independente com probabilidade constante, leva-se em consideração a idéia de “competição entre objetos cujo sucesso de mercado é cumulativo e auto-reforçado”.

 

Este novo enfoque surgiu para tentar dar uma explicação econômica para um fato estilizado.  Ao utilizar uma base de dados (do COMPUSTAT - que é uma base de dados internacional, especializada nas áreas de Estratégia, Finanças e Métodos Quantitativos, elaborada pela empresa Standard & Poors) de empresas da indústria manufatureira dos EUA, um grupo de pesquisadores analisou a probabilidade de distribuição das taxas de crescimento destas empresas e verificou que tais taxas seguiam uma distribuição no formato de uma “tenda” (figura abaixo).  E ao especificar uma forma funcional para o formato desta distribuição de taxas de crescimento, o grupo observou que tal formato se verifica também em empresas de outras indústrias globais. 

 

Uma questão ainda em aberto na literatura econômica é de que forma tais análises se aplicam às empresas de software e serviços de tecnologias de informação, e se é possível extrair lições que possam ser úteis em termos de políticas e estratégias voltadas para o seu crescimento.

 

Se sua empresa, organização ou instituição ainda não definiu sua estratégia de crescimento, sinta-se à vontade para nos contatar!

 


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