As Empresas no Comércio Internacional  (parte 2)

publicado em 20.07.2008

 

Hoje em dia é muito comum se falar em globalização, crescimento dos países emergentes, como os BRICs-Brasil, Rússia, India e China), e sobre comércio internacional. Mas o que as teorias econômicas têm a dizer sobre isso? Muita coisa e há muito tempo!


De fato os economistas se preocupam com estes temas, e de modo particular com o comércio internacional, há muitos anos. O que tem mudado é a forma como eles modelam a economia para tratar, é claro, dos problemas econômicos (ver letterícia passada). E como o comércio internacional é uma questão econômica, são vários os modelos que são apresentados e, frequentemente, validados ou invalidados.

 

As teorias, ou modelos, tradicionais de comércio internacional explicam o fluxo de bens entre países em termos da expressão vantagem comparativa (diferenças em

Próxima edição:

 

Teorias do Comércio Exterior a partir de empresas heterogêneas (parte 1)

publicada em 28.07.2008

Nos anos 1980s a Teoria do Comércio Exterior introduziu a questão da heterogeneidade intra-indústria resultante de diferenciação de produtos e de competição monopolística.  A heterogeneidade nestes estudos não foi projetada, no entanto, para explicar assimetrias entre firmas (empresas), em termos de produtividade ou tamanho.  Não porque não fosse ...

 

Edição anterior:

 

As Empresas no Comércio Internacional (parte 1)

publicada em 13.07.2008

O Comércio Internacional e o Investimento Direto Estrangeiro-IDE (ou Foreign Direct Investment-FDI) têm sido as atividades econômicas que mais têm crescido no mundo. Como é possível observar no quadro 1 abaixo, o crescimento das exportações mundiais de bens (merchandise) está estimado (pela Organização Mundial de Comércio-OMC) como tendo sido de 8,0% em 2006, quase ...

 

custos de oportunidade de produção).  Uma vantagem comparativa pode surgir por conta de diferenças de produtividade (a vantagem comparativa Ricardiana, ou seja, aquela indicada pelo economista inglês David Ricardo, que viveu na virada do século XVIII para o XIX), ou por causa de uma combinação de diferenças (entre as indústrias) na intensidade dos fatores e diferenças (entre as indústrias) em abundância de fatores (a vantagem comparativa apontada pelos economistas Eli Heckscher and Bertil Ohlin, da Stockholm School of Economics, na Suécia, e que viveram na virada do século XIX para o XX). 

 

Em ambos os casos, uma implicação chave da velha teoria do comércio internacional é o comércio inter-indústria, ou seja, países irão exportar um conjunto de indústrias e importar outro.  Estes velhos modelos de comércio proporcionado por “dotações” dos países também oferece um mecanismo através do qual o comércio internacional pode influenciar prêmios relativos de fatores (e daí a distribuição da renda), à medida que a especialização entre as indústrias que diferem em intensidade de fatores muda a demanda relativa por vários fatores de produção. 

 

Uma grande parte do comércio internacional, no entanto, acontece entre parceiros comerciais relativamente semelhantes, aparentemente no interior das indústrias.  Este fato, além de outros, levou a que economistas como Paul Krugman e Elhanan Helpman, dentre outros, criassem os “novos modelos de comércio internacional”.  Nestes modelos, uma combinação de economias de escala e preferências dos consumidores para variedade levou idênticas empresas a se “especializarem” em variedades horizontalmente distintas, alavancando um comércio de duas mãos intra-indústria entre os países.

 

Ao contrário das velhas teorias do comércio internacional, onde os ganhos de bem-estar emergiam das diferenças de custos de oportunidade na produção, as novas teorias do comércio internacional têm ganhos de bem-estar originando-se de um amplo conjunto de variedades que o comércio torna disponível aos consumidores.

 

Logo, em uma contribuição seminal em 1985, os Profs. Elhanam Helpman e Paul Krugman integraram a velha e a nova teoria ao incorporar diferenciação horizontal de produto e retornos crescentes em um modelo apresentando vantagem comparativa baseada em dotações.  Esta estrutura integrada logo se tornou um paradigma padrão para análises neste campo.  Quando modificado para permitir diferenças em tecnologia, desigualdade em preços de fatores e custos de comércio, esta estrutura integrada oferece uma explicação razoavelmente exitosa para os padrões do comércio agregado internacional.

 

A velha e esta “nova” teoria do comércio internacional assumem tipicamente uma empresa representativa, pelo menos no seio de cada indústria.  Esta hipótese facilita a análise de equilíbrio geral que é central para o comércio internacional. Mas ela é inconsistente com a variação substancial em produtividade, intensidade de capital e intensidade de habilidades observada entre as indústrias no seio de indústrias estritamente definidas. 

 

Neste sentido, surge o argumento da heterogeneidade das empresas.  Ou seja, a interação das características das empresas e a orientação para exportação da empresa introduzem um canal para o comércio internacional que influencia a produtividade agregada.

 

Em resumo, percebe-se hoje uma mudança de ênfase na teoria do comércio internacional do foco nos países e indústrias para um foco na empresa e seus produtos.  Esta mudança é impulsionada pela riqueza de evidência indicando que empresas que fazem comércio internacional diferem substantivamente daquelas que não fazem, e que estes diferenças têm importantes conseqüências para avaliar os ganhos do comércio e sua distribuição entre os fatores de produção.

 

Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre as novas teorias (e suas implicações) do comércio internacional, fique a vontade para nos contatar!

 

 

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