03/09/2007 Ano I - Edição 23
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Na Letterícia passada comentamos o Componente 1 "Melhoria da Qualidade dos Produtos de Software- MPS.BR" do "Programa de Apoio à Competitividade das Pequenas e Médias Empresas de Software" (coordenado pela Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro - SOFTEX, que tem como objetivo tornar as pequenas e médias empresas de software do Brasil mais competitivas em seu território e na região).
Hoje trazemos ao leitor informações sobre os três outros componentes deste Programa: a) O Componente 2: Serviços para a internacionalização de produtos de software; b) O Componente 3: Capacitação e Fomento do associativismo das pequenas e médias empresas de software; e, c) O Componente 4: Disseminação Regional.
O Componente 2 tem como objetivo a adaptação dos produtos de software às características do país ao qual serão exportados. Ele exige o treinamento e o trabalho em conjunto de uma diversidade de profissionais entre os quais se encontram lingüistas, especialistas em terminologia, tradutores, especialistas em redação técnica, gerentes de projetos de localização e engenheiros de qualidade (QAE – Quality Assurance Engineer).
O Componente 3 tem por objetivo promover a associativismo das empresas de software a fim de complementar e agregar valor a seus produtos e serviços nos mercados nacionais e, sobretudo, internacionais. O projeto trabalha no fortalecimento da cultura de geração de consórcios ou alianças estratégicas para o mútuo benefício das empresas. O projeto propõe um processo de capacitação acompanhado de serviços legais e de assistência técnica.
O Componente 4 tem por objetivo a implantação do sistema de qualidade MPS.BR na Argentina e Chile, países que foram pré-selecionados tomando em consideração sua localização no MERCOSUL ampliado, o número de empresas operantes e o tamanho do mercado de software. O projeto propõe o início de um processo de negociação com as câmaras empresariais de ambos os países com o propósito de validar seu compromisso com o projeto e a disponibilidade das empresas locais e outras entidades envolvidas em arcar com os custos que lhes correspondam para a implementação do sistema de qualidade MPS.BR. Estes três componentes, aliado ao primeiro já comentado, têm uma meta concreta: a melhoria do processo de desenvolvimento do software brasileiro. No Brasil existem umas oito mil empresas de software e serviços de tecnologias de informação. Deste total, 23,8% são dedicadas ao desenvolvimento e produção de software, 54% operam com distribuição e revenda, e o restante atua na prestação de serviços.
Este mercado é composto fundamentalmente por empresas pequenas, de cerca de 100 empregados, que ocupam 89% da força de trabalho do setor. Tendo em vista o seu tamanho, muitas delas têm pouca possibilidade exportadora, o que explica a baixa relação entre a exportação e o mercado interno.
Um dos fatores que limitam o acesso das pequenas e médias empresas - PMEs aos mercados nacionais e internacionais é a falta de sistemas de qualidade em seus processos de produção de software. A adoção de sistemas de qualidade é essencial para garantir a sobrevivência das empresas de software em um mercado globalizado e cada vez mais exigente. Incluí-se o próprio mercado interno, onde um número crescente de clientes requer que as empresas de software sejam certificadas em padrões internacionais de qualidade tais como ISO9000 ou avaliadas através de modelos aceitos pelo mercado, CMMI, por exemplo. Alcançar níveis significativos de qualidade podem levar de 3 a 8 anos e custar centenas de milhares de dólares, o que se constitui em uma barreira importante especialmente no caso de micro e pequenas empresas.
Outra barreira importante para a globalização de produtos de software é a internacionalização e a localização (I&L) do software. Isto significa que no processo de desenvolvimento do software é necessário incorporar um conjunto de técnicas que possibilitam sua fácil adaptação, instalação e uso em diferentes países. A falta de incorporação destas técnicas torna praticamente impossível para as PMEs venderem e dar suporte de seus produtos em outros países dadas as diferenças em marcos legais, idiomas, costumes, etc. No Brasil, como em outros países da região, não existe um nível suficiente de conhecimentos e de serviços de suporte em I&L.
A falta de associativismo é outra limitação nas PMES de software. As PMES do Brasil não têm cultura de associar-se ou fazer alianças estratégicas como mecanismo para fortalecer o desenvolvimento de produtos de software adaptados aos requerimentos funcionais e padrões de qualidade exigidos em mercados internacionais. Em experiências passadas do setor de software foi evidenciado o papel dinamizador que podem ter centros de apoio locais às empresas para fomentar, mediante ações de sensibilização e assistência técnica, o associativismo entre empresas para complementar e integrar seus serviços com vista a penetrar em mercados globais.
Em resumo, com o Programa de Apoio à Competitividade das Pequenas e Médias Empresas de Software o Brasil tem uma oportunidade de colocar o software que nele é produzido em patamares compatíveis com a competição internacional que se intensifica a cada momento!
Se sua empresa, organização ou instituição ainda não definiu sua estratégia de informação, fique à vontade para nos contatar.
CREATIVANTE –
www.creativante.com.br
Obs: esta Letterícia, bem como a anterior, não poderia ter sido produzida sem a ajuda dos documentos da SOFTEX, a quem agradecemos!
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