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Teorias do Comércio Exterior a partir de empresas heterogêneas (parte 1) publicado em 28.07.2008
Nos anos 1980s a Teoria do Comércio Exterior introduziu a questão da heterogeneidade intra-indústria resultante de diferenciação de produtos e de competição monopolística. A heterogeneidade nestes estudos não foi projetada, no entanto, para explicar assimetrias entre firmas (empresas), em termos de produtividade ou tamanho. Não porque não fosse conhecido à época que as firmas diferem nestas dimensões, mas porque o objetivo era explicar grandes volumes de comércio entre países com composições de fatores similares e grandes volumes de comércio intra-indústria. Por esta razão, diferenças em produtividade e tamanho não foram consideradas como sendo importantes.
Como resultado, os modelos econômicos assumiram (em sua maioria) simetria |
Próxima edição:
Teorias do Comércio Exterior a partir de empresas heterogêneas (parte 2) publicada em 04.08.2008
Na
letterícia passada, vimos que recentes fatos do comércio exterior têm
contribuído para avanços na Teoria do Comércio Internacional. De modo
particular, o foco tem se deslocado do tratamento dos países e indústrias
para a análise da empresa e seus produtos.
Edição anterior:
As Empresas no Comércio Internacional (parte 2) publicada em 20.07.2008
Hoje em
dia é muito comum se falar em globalização, crescimento dos países
emergentes, como os BRICs-Brasil, Rússia, India e China), e sobre comércio
internacional. Mas o que as teorias econômicas têm a dizer sobre isso?
Muita coisa e há muito tempo!
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entre as firmas no interior de uma indústria, em termos de tecnologia disponível, o que implicou, por sua vez, em níveis de produtividade similares e participação similar no comércio estrangeiro.
Hoje, estudos empíricos mais detalhados sobre as firmas exportadoras estão levando a reconhecer as limitações da hipótese da simetria. À medida que novos dados ao nível da firma estão disponíveis, torna-se mais claro que nem todas as firmas no seio de uma indústria exportam, nem as firmas exportadoras são uma amostra aleatória da população de firmas de uma indústria. Esta evidência, acumulada nos anos 1990s, mostrou que somente uma pequena fração das firmas exporta, e que exportadores são maiores e mais produtivos do que as não-exportadoras. Alguns fatos relatados pelo Prof. Pol Antràs, da Harvard University, EUA:
- Os exportadores são uma minoria. Em 1992 somente 21% das plantas empresariais nos EUA reportaram haver exportado alguma coisa; - Os exportadores vendem a maioria de seus produtos domesticamente: em torno de 2/3 dos exportadores vendem menos que 10% de seus produtos no estrangeiro; - Os exportadores são maiores que os não-exportadores: eles desembarcam em média 5,6 vezes mais que não-exportadores (4,8 vezes mais domesticamente); - As plantas (unidades) comerciais são também heterogêneas em produtividade medida; - Os exportadores têm em média 33% de vantagem em produtividade do trabalho em relação aos não-exportadores.
Estes fatos sugerem que a maioria das firmas produtivas se auto-selecionam em mercados de exportação, mas isto também pode refletir o que os economistas chamam de learning by exporting (aprendendo ao exportar). Além disso, estudos microeconômicos encontraram evidências de efeitos realocativos substantivos no interior de uma indústria em seguida a episódios de liberalização comercial:
- A exposição às forças do comércio exterior força as firmas menos produtivas a saírem do mercado ou fecharem; - A liberalização do comércio leva à realocações nas fatias de mercado em direção às firmas mais produtivas, e daí, aumentando a produtividade agregada.
Alguns estudos têm também apontado que a extensiva margem do comércio (i.e., o número de firmas vendendo em cada mercado) também desempenha um significativo papel em explicar os fluxos de comércio.
E como as recentes contribuições teóricas modelam estas novas evidências? É o que será visto na próxima letterícia.
Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre as novas questões do comércio exterior, fique a vontade para nos contatar!
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