Teorias do Comércio Exterior a partir de empresas heterogêneas (parte 2)

publicado em 04.08.2008

 

Na letterícia passada, vimos que recentes fatos do comércio exterior têm contribuído para avanços na Teoria do Comércio Internacional. De modo particular, o foco tem se deslocado do tratamento dos países e indústrias para a análise da empresa e seus produtos.


Novos estudos econômicos têm sugerido que estruturas teóricas de mais sucesso para analisar as firmas, e a sua decisão de exportar, devem incluir duas características:

-  Heterogeneidade intra-setorial em tamanho e produtividade;

- Aquela característica que leva a que somente as firmas mais produtivas se engajarem no comércio exterior: a) pode estar associada à sunk costs (custos enterrados) na exportação; b) uma formulação alternativa de competição; c) ou uma

Próxima edição:

 

Bretton Woods II e a Fronteira Tecnológica Global-FTG 2.0

publicada em 11.08.2008

Temos convivido, desde setembro de 2007, com uma série de fatos (calote no mercado imobiliário americano, quebra de bancos internacionais, aumento dos preços do petróleo, retorno da inflação, etc., etc.) que concorrem para a crença de que o mundo está atravessando uma séria crise econômica com desdobramentos que se assemelham àqueles dos anos 30 do século passado...

 

Edição anterior:

 

Teorias do Comércio Exterior a partir de empresas heterogêneas (parte 1)

publicada em 28.07.2008

Nos anos 1980s a Teoria do Comércio Exterior introduziu a questão da heterogeneidade intra-indústria resultante de diferenciação de produtos e de competição monopolística.  A heterogeneidade nestes estudos não foi projetada, no entanto, para explicar assimetrias entre firmas (empresas), em termos de produtividade ou tamanho.  Não porque não fosse...

 

estrutura de demanda alternativa que leve à markups (margens) não constantes.

 

Como observado pelo Prof. Pol Antràs, da Harvard University, EUA, um importante fato que a teoria tradicional do comércio internacional negligencia é que as firmas têm (pelo menos) dois modos de servir um mercado estrangeiro:

- O primeiro modo é a opção de exportação;

- Um modo alternativo, no entanto, é estabelecer plantas de multi-produção para servir os diferentes mercados estrangeiros (i.e., engajar em Investimento Direto Estrangeiro-IDE).

- Firmas multinacionais podem também emergir quando, na presença de diferenças de preços de fatores entre os países, um produtor possa definir como vantajoso fragmentar o processo de produção e desenvolver diferentes partes do processo produtivo em diferentes países.

 

E quanto à decisão firma multinacional versus IDE?  Um fluxo de IDE é feito de equity capital (capital de terceiros), ganhos reinvestidos, e outros capitais associados com uma transação de dívida inter-firmas (10% requerido, segundo o Prof. Pol Antràs).   Mas é necessário ter cautela em medir a atividade multinacional através dos fluxos de IDE pelos seguintes aspectos:

- As firmas multinacionais tomam emprestado nos mercados locais; e

- Um fluxo de IDE nem sempre representa controle (pela definição de firma multinacional, ela é a firma que controla e gerencia estabelecimentos de produção em pelo menos dois países).

 

O primeiro aspecto sugere que os fluxos de IDE podem subestimar as importância das multinacionais, enquanto o segundo sugere que eles podem superestimá-las.

 

Mas porque ficar atentos ás empresas multinacionais no comércio exterior?  Porque elas desempenham um forte papel na economia global.  Segundo dados do Prof. Antràs:

- O produto bruto (em valor agregado) de todas as firmas multinacionais (incluindo as matrizes) era em torno de US$ 8 trilhões em 1997, o que representava algo em torno de 25% do produto interno bruto mundial;

- Cerca de 10% do PIB mundial é associado às filiais estrangeiras;

- Um terço do volume do comércio mundial é comércio intra-firma.  Em 1994, algo como 42,7% do volume total das importações de bens dos EUA teve lugar nos limites das firmas multinacionais, com a participação sendo de 36,3% para as exportações de bens dos EUA;

 - Cerca de um terço do volume do comércio mundial é feito por transações em que firmas multinacionais estão em um dos lados da troca;

- As 700 maiores firmas multinacionais registraram algo como 50% do gasto em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) mundial e perto de 70% dos gastos de P&D dos negócios mundiais.

 

Neste sentido, nos anos recentes nós testemunhamos um aumento espetacular no modo como as firmas organizam a produção numa escala global. Imagine você como deve ser produzido hoje no mundo um aparelho como um Ipod, ou um Iphone!

 

Os economistas têm dado vários nomes para referirem a este fenômeno:

- The slicing of the value chain (o fatiamento da cadeia de valor);

- Internacional outsourcing (terceirização internacional)

- Fragmentation of the production process (fragmentação do processo de produção)

- Vertical specialization (especialização vertical)

- Global production sharing (compartilhamento da produção global).

 

De qualquer modo, algo novo se faz presente na teoria do comércio exterior: entender melhor o modo como a firma desbrava hoje os mercados estrangeiros!

 

Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre as novas questões do comércio exterior, fique a vontade para nos contatar!

 

 

CREATIVANTE - www.creativante.com.br
Av. Barbosa Lima, Nº149, Sala 313-A, Bairro do Recife, Recife/PE, CEP 50.030-017
Telefone/Fax: 55-81-32242887
E-mail: creativante@creativante.com.br

 

 

Copyright©2007-2008 Creativante

Todos os direitos reservados.