Este é um daqueles assuntos que atiçam a curiosidade dos estudantes das diversas Business Schools (Escolas de Negócio) mundo afora.  Conhecer as estratégias das empresas (e aprender com elas) é o objetivo central destas escolas.   Quando as empresas são de tecnologia, o tema fica ainda mais interessante. Nossa pequena contribuição acerca do título desta newsletter se inicia com um breve retrospecto.  

PayPal é uma ferramenta de comércio eletrônico internacional que permite pagamentos e transferência de dinheiro através da Internet.  Transferências online de dinheiro servem como alternativas eletrônicas ao pagamento por métodos tradicionais, tais como cheques e ordens de pagamento.  PayPal foi desenvolvida depois que a empresa X.com (fundada por Elon Musk) adquiriu a empresa chamada Confinity, a qual foi fundada em 1998 por Max Levchin, Peter Thiel, Luke Nosek e Ken Howery.

A PayPal se tornou uma empresa com ações de domínio público em fevereiro de 2002, sendo a primeira empresa dot.com a fazer um IPO (Initial Public Offering) depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos EUA.  A empresa foi adquirida pela Ebay (uma corporação multinacional americana da área de comércio eletrônico que provê serviços de vendas ao consumidor pela Internet) por US$ 1,5 bilhão no final de 2002.

Depois de mais de doze anos fazendo parte da Ebay, foi noticiado no final do mês passado na imprensa internacional que esta empresa está se preparando para fazer o spin-off (separação) dos negócios da PayPal em 2015.  A pergunta que não quer calar é: por que esta separação agora?  A resposta é simples: intensificação da competição no mercado de pagamentos diários de transações econômicas via smartphones. 

Um dos principais contestadores deste crescente mercado é a Apple (dona de uma ampla base de usuários de smartphones no mundo).  Esta empresa vai lançar agora em outubro o Apple Pay”, um sistema móvel de pagamentos e um serviço de carteira digital que permite que os seus usuários façam pagamentos usando dispositivos da Apple, tais como o iPhone 6, o iPhone 6 Plus, e os dispositivos compatíveis com o Apple watch.  Este serviço tem a intenção de digitalizar e substituir as transações com cartão magnético de crédito ou de débito.  Ele permitirá aos dispositivos da Apple se comunicarem, sem fio, com sistemas de pontos de venda usando uma antena near field communication (NFC), ou seja, um chip dedicado que armazena informação de pagamento criptografada, além de uma touch ID (identidade de toque) e uma senha.

Em recente matéria sobre este spin-off,  The Wall Street Journal Online comentou que PayPal está crescendo mais rápido do que as unidades principais de mercado da Ebay, e está a caminho de ultrapassá-la em termos de vendas.  Como pode ser visto na Figura 1 à frente, produzida por aquele jornal, PayPal está gerando no momento menos receita do que o negócio de varejo da Ebay, mas seus volumes de pagamentos estão crescendo muito rápido, o que é um indicativo do potencial de crescimento das transações eletrônicas via dispositivos móveis como os smartphones.

Neste sentido, a decisão estratégica da Ebay de fazer o spin-off da PayPal neste momento é uma decisão acertada, uma vez que ela permite que a PayPal tenha liberdade para atuar concentradamente na expansão do seu mercado, e vai trazer benefícios tanto para ambas empresas quanto para seus acionistas.

Nós da Creativante temos dúvidas sobre a capacidade da PayPal sobreviver à intensificação da competição por parte de gigantes como a Apple, já que, como registramos, esta empresa detém uma sólida e crescente base de usuários com dispositivos que permitem transações econômicas.  Resta, ainda, ver como outros competidores que detêm também grandes bases de usuários de smartphones (tais como a Samsung) reagirão em relação a estes atuais movimentos no mercado de pagamentos eletrônicos.

Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre o mercado de pagamentos online, fique a vontade para nos contatar!

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