Estamos às vésperas do décimo quinto ano de atividades da Creativante!
O ano de 2021 começou esperançoso com a chegada das vacinas para a COVID 19. O primeiro semestre passou, mas somente no segundo é que constatamos a sua aplicação e, paulatinamente, sua efetividade. Os números de novos casos e de mortes no Brasil caíram de forma sistemática, trazendo de volta a esperança de um retorno à normalidade.
Nas últimas duas newsletters (de 05/12/2021 e 12/12/2021) argumentamos que temos muito a ganhar ao pensar o “Futuro do Brasil” a partir de uma perspectiva de longo prazo, apoiada no desenvolvimento científico, tecnológico e de inovações, bem como nos desdobramentos socioeconômicos, políticos e ambientais decorrentes desse tipo de desenvolvimento, tal como proposto pela Profa. Carlota Perez.
Na newsletter da semana passada argumentamos que temos muito a ganhar ao pensar o “Futuro do Brasil” a partir de uma perspectiva de longo prazo, apoiada no desenvolvimento científico, tecnológico e de inovações, bem como nos desdobramentos socioeconômicos, políticos e ambientais decorrentes desse tipo de desenvolvimento, como proposto pela Profa. Carlota Perez.
A Profa. Carlota Perez, nascida na Venezuela, mas com vida acadêmica de sucesso na Europa, tem uma longa e importante contribuição ao estudo das tecnologias e inovações e seu papel no desenvolvimento. Em anos recentes ela vem sendo muito citada por importantes personalidades ligadas ao mundo das TICs, particularmente pelos capitalistas de risco, tais como Marc Andreessen, Fred Wilson e Jerry Neumann.
Apesar de existir há algum tempo, o termo Governança Corporativa ganhou maior destaque no mundo dos negócios (e na sociedade como um todo) com os grandes escândalos corporativos das últimas três décadas, tais como os da Enron, WorldCom, e Global Crossing, dentre outros.
Na newsletter de 31-10-2021 apontamos que as atuais plataformas digitais centralizadas seguem um ciclo de vida previsível. Quando elas começam, elas fazem tudo que podem para recrutar usuários e complementadores externos, tais como desenvolvedores, negócios e organizações da mídia. Elas fazem isso para tornar seus serviços mais valiosos, à medida que as plataformas (por definição) são sistemas com efeitos de rede de múltiplos lados. À medida que a plataforma se move para cima na Curva-S de adoção, seu poder sobre os usuários e terceiros aumenta gradualmente. Quando elas atingem o topo da Curva-S, suas relações com os participantes da rede mudam de um jogo positivo para um de soma zero. A forma mais fácil de continuar crescendo repousa em extrair dados dos usuários e em competir com os complementadores por audiências e lucros.
Não é mais novidade para muitos que estamos vivenciando uma nova era na Internet, impulsionada por novas tecnologias, inovações e novos modelos de negócios. Novos termos estão surgindo, tais como Mundo Cripto (originado do avanço da moderna Criptografia Digital), Cryptocurrencies – Moedas Criptografadas, DeFi (Digital Finance – Finanças Digitais), Tokenização, Confiança Digital, dentre outros.
Enquanto o 1% da população (aquele pertencente à camada mais elevada da renda da sociedade, e também o contingente mais intelectualizado, e que, de alguma forma, pauta a mídia) se “ocupa” com o atual estado da Economia (se esta está se recuperando ou não, e com qual velocidade e pujança tal recuperação se manifesta, num debate interditado pelas questões de natureza monetária e fiscal), um fenômeno disruptivo, e de grande poder transformador, vai acontecendo de forma acelerada e silenciosa, o qual alguns estão denominando de “tokenização” da Economia.
Na semana que passou tivemos a oportunidade de ler um interessante post de Fred Wilson, um dos fundadores da USV, influente empresa de venture capital de Nova York (fundadores que se reafirmam como “thesis-driven investors”), fazendo um contraste entre as oportunidades que se abriram com a Web2 e as que estão se abrindo com a Web3 (ou Web 2.0 e Web 3.0, como alguns preferem).
Quem navega nas discussões que estão rolando nas mídias sociais a respeito do “mundo cripto” (ou seja, do novo ecossistema financeiro de ativos criptográficos digitais), frequentemente lê sobre (resumindo grosseiramente) três grandes “tribos”: i) os “defensores” das “novas moedas” (particularmente Bitcoin) por suas características de não serem emitidas por, reguladas ou baseadas em uma autoridade central, e suas capacidades de replicar – via programação computacional na esfera digital - as instituições do mundo financeiro tradicional; ii) os “mediadores” que defendem a coexistência das criptomoedas com alguma ancoragem em moedas estáveis, como o dólar, por exemplo (as chamadas stablecoins), e, iii) aqueles “incrédulos”, que veem as criptomoedas como meros novos ativos financeiros (os mais radicais apontam tais ativos como especulativos), os quais requerem regulação como qualquer ativo, e defendem a existência das CBDCs- Moedas Digitais dos Bancos Centrais.
Temos referenciado com certa regularidade nesta newsletter o papel das criptomoedas na conformação de novos ecossistemas financeiros (ver newsletters dos dias 01-11-2020; 08-11-2020; 16-11-2020; 22-11-2020; 30-11-2020), bem como temos tocado em questões relacionadas com aplicações no mundo cripto (22-08-2021), e em problemas inerentes às estruturas desses novos mercados digitais (cripto ou não, tais como em 26-09-2021; 03-10-2021).
Há hoje no mundo uma rápida, profunda e silenciosa revolução acontecendo no mundo das finanças e da tecnologia. E essa revolução foi catalisada pela criação (imediatamente após o estopim da crise financeira de 2008) do Bitcoin, e da tecnologia que lhe dá suporte (Blockchain), dando origem ao novo mundo denominado DeFi- Decentralized Finance (Finanças Descentralizadas).
Na newsletter da semana passada apontamos para a existência do AI Lock-in Loop (Ciclo de Aprisionamento de Inteligência Artificial - IA) presente no coração das principais empresas da era exponencial, em que dados gerando IA (como Machine Learning – Aprendizado de Máquina), que gera melhores produtos, que geram mais dados, que geram mais, e melhores, IAs, que geram melhores produtos, criam um ciclo de aprisionamento em produtos e serviços (ou ativos digitais, como moedas digitais) que pode ter efeitos positivos ou negativos.