Computação Humana, ou Computação Baseada em Humanos, é uma nova técnica da ciência da computação em que um processo computacional desempenha sua função ao terceirizar certas etapas para humanos. Este enfoque usa diferenças em habilidades e custos alternativos entre agentes humanos e computadores para atingir uma interação simbiótica humana-computador (Wikipedia).

O nome desta técnica implica num papel reverso: ao invés dos humanos usarem computadores para resolverem problemas, são os computadores que necessitam do apoio humano. De acordo com a tese de doutorado de Luis von Ahn, praticamente o “Pai” desta nova área da computação, tarefas como reconhecimento de imagens são triviais para os humanos, mas continuam a desafiar mesmo os mais sofisticados programas de computador.

Na sua tese (defendida em dezembro de 2005 nos EUA) ele introduziu um paradigma para utilizar o poder de processamento humano para resolver problemas que os computadores ainda não podem resolver. Os enfoques tradicionais para solução de tais problemas focalizam a melhoria do software. Ele advoga um novo enfoque: construtivamente canalizar o poder cerebral humano usando jogos de computadores.

Por exemplo, o jogo ESP, que foi introduzido na tese do Luis von Ahn (que nasceu na Guatemala, mas mora nos EUA desde criança), é um jogo online bem agradável (muitas pessoas jogam mais de 40 horas por semana) e quando as pessoas usam, elas ajudam a nominar imagens da Web com palavras chave descritivas. Essas palavras chave podem ser usadas para melhorar significativamente a acurácia de busca de imagens. As pessoas jogam este jogo não porque elas querem ajudar, mas porque elas gostam.

Ele introduziu três outros exemplos de “jogos com um propósito”: o Peekaboom, que ajuda a determinar a localização de objetos em imagens, o Phetch, que coleciona descrições de imagens arbitrárias para ajudar a acessibilidade da Web, e o jogo Verbosity, que coleciona conhecimento do senso comum.

Adicionalmente, ele introduziu/inventou o CAPTCHA – um acrônimo baseado na palavra “capture” e que é a contração de Completely Automated Public Turing test to tell Computers and Humans Apart- que são testes automáticos em que humanos podem passar, mas que programas de computadores não podem. O CAPTCHA faz uso da vantagem do poder do processamento humano de forma a diferenciar humanos dos computadores, uma habilidade que tem importantes aplicações práticas.

Os resultados da tese de Luis von Ahn já estavam em uso em 2005 por milhares de sites da Web no mundo, e alguns dos jogos apresentados no trabalho acadêmico dele já haviam sido jogados por mais de 100 mil pessoas. As aplicações práticas do seu trabalho incluem melhorias em problemas tais como: busca de imagem, filtragem de conteúdo para adultos, spam, raciocínio de senso comum, computação visual, acessibilidade e segurança em geral.

Luis von Ahn além de ser Professor do Departamento de Ciência da Computação da Carnegie Mellon University nos EUA, é um empreendedor nato, e foi um dos pioneiros da ideia do crowdsourcing. A partir da sua invenção do CAPTCHA ele criou a empresa reCAPTCHA, que foi vendida ao Google em 2009.

Ele também é co-autor (junto com Edith Law, doutora pela mesma universidade de Luis von Ahn, e hoje Pós-Doutora associada da Harvard University School of Engineering and Apllied Sciences nos EUA) do livro “Human Computation”, praticamente o livro que dá as bases desta nova área no mundo. Sua mais recente iniciativa se chama Duolingo, onde você pode aprender uma língua de graça enquanto ajuda a traduzir a Web. Para aqueles interessados num relato sobre as ambições de pesquisa de Luis von Ahn, aconselho uma consulta ao vídeo do seu TED Talk, onde ele fala sobre colaboração online em escala massiva.

Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber um pouco mais sobre Computação Humana, fique a vontade para nos contatar!