Nos dias atuais é algo universalmente aceito que o empreendedorismo é um fenômeno impulsionador não só do crescimento econômico, mas também é responsável pelo aumento da produtividade e da competividade e pela criação de novos empregos (instituições como a OCDE- Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento Econômico e o BID- Banco Interamericano de Desenvolvimento são os principais defensores desta visão).
Desde 2007 o Brasil se tornou um parceiro da OCDE para estabelecer indicadores de empreendedorismo no seu território, e, em 2009 passou a fazer parte do EIP (Entrepreneurship Indicators Programme)(Programa de Indicadores de Empreendedorismo) daquela instituição, lançando em 2011, através do IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, seu primeiro estudo intitulado “Estatísticas do empreendedorismo 2008”. Em 2013 o IBGE lançou sua terceira publicação sobre o tema (com dados para o período de 2008 a 2011), que pode ser encontrada em Estatísticas do Empreendedorismo 2011.
Este documento analisa a atuação empreendedora do Brasil, considerando indicadores referentes ao desempenho das firmas, ao emprego gerado e ao valor adicionado por estas. O foco desta publicação são as “empresas de alto crescimento”, conceito relacionado ao alto crescimento (20% ao ano pelo menos) em termos de pessoal ocupado assalariado (o conceito de empresa de alto crescimento se restringe a empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas no ano inicial de observação).
De acordo com a OCDE, a definição de tais empresas pode ser feita a partir de dois critérios: crescimento orgânico (interno) ou crescimento externo. Caso o número de pessoal ocupado assalariado cresça em função de novas contratações no período de observação, a empresa de alto crescimento será do tipo orgânico. Caso o número de pessoal ocupado assalariado cresça no período em decorrência de mudanças estruturais, como cisão, fusão ou incorporação, tais empresas serão denominadas empresas de alto crescimento externo. A soma dos universos de empresas de alto crescimento orgânico e externo é denominada empresas de alto crescimento total.
Para a produção do documento, o IBGE levantou o número de empresas ativas no Brasil e constatou que em 2011 havia 4.538.347 empresas ativas, sendo que 49% delas tinham pelo menos uma pessoa ocupada assalariada (2.246.220 empresas) e 10% delas tinham 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas (447.742 empresas). A Tabela 1 resume algumas das características dessas empresas entre 2008 e 2011.
Quanto ao panorama geral das empresas de alto crescimento, o IBGE constatou que em 2011 o universo das empresas de alto crescimento total foi composto por 34.528 empresas, que ocuparam 5,035 milhões de pessoas assalariadas e pagaram R$ 95,355 bilhões em salários e outras remunerações. A Tabela 2 resume as principais características das empresas de alto crescimento total e orgânico.
Uma questão que não pode mais estar ausente no debate sobre o futuro do país (em função da natural escassez de recursos – tanto humanos quanto financeiros e de infraestrutura) é a seguinte: será que teremos que repensar nosso histórico (e explicitamente exclusivo) apoio e fomento às empresas nascentes (startups), e devemos privilegiar aquelas empresas de alto potencial de crescimento?
Eis uma questão que não tem uma resposta simples e imediata, mas que vem atraindo muito a atenção tanto de acadêmicos quanto de fazedores de políticas mundo afora. Na segunda parte desta newsletter (que será publicada no dia 17-03-2014) voltaremos com alguns dos argumentos deste debate!
Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre empresas de alto potencial de crescimento, fique a vontade para nos contatar!