Uma das palavras mais citadas e comentadas nos dias atuais, globalização é um conceito que vem sendo “usado e abusado” em diversas dimensões, e nos mais distintos contextos.  Mas você sabia que existem as “Leis da Globalização”?   Apresentar o que ele denominou de as “Leis da Globalização” e suas aplicações, foi o objetivo pretendido pelo Prof. Pankaj Ghemawat, da New York University´s Stern School of Business, nos EUA, ao publicar neste ano, pela Cambridge University Press, o livro intitulado “The Laws of Globalization and Business Applications” (As Leis da Globalização e Aplicações nos Negócios). 

Por um longo tempo tem havido uma incrível quantidade de “hype” sobre o advento da globalização.  Por mais significativo que este fenômeno possa ser, ele tem sido exagerado tanto pela imprensa popular, e, de forma mais preocupante, por acadêmicos também. Nos últimos anos o Prof. Ghemawat embarcou numa cruzada necessária para documentar a real profundidade e a amplitude do processo de globalização.  A fotografia que emerge deste empreendimento acadêmico é muito mais repleta de nuances do que aquela apontada pela literatura.

Para o Prof. Ghemawat as “leis da globalização” (amplas regularidades empíricas) são duas:

● A Lei da Semiglobalização: que diz que interações internacionais, enquanto não negligenciáveis, são significativamente menos intensas do que as interações domésticas; e,

● A Lei da Distância: que atesta que interações internacionais são amortecidas pela distância nas dimensões cultural, administrativa e geográfica, e são frequentemente afetadas também pela distância econômica.

Para apresentar suas leis, o Prof. Ghemawat faz uso de um extenso banco de dados do DHL Global Connectedness Index, uma análise detalhada do estado da arte da globalização no mundo, que ele desenvolve, para o Deutsch Post DHL, em co-autoria com Steve A. Altman. Este índice mostra a conexão global medida por fluxos trans-fronteiras de comércio, capital, informação e pessoas.

As duas leis da globalização acima citadas se baseiam em dois conceitos: profundidade e amplitude.  Profundidade mede quanto das atividades ou fluxos de uma economia são internacionais, ao comparar o tamanho dos fluxos internacionais (e o estoque acumulado de fluxos do ano anterior) com medidas relevantes da atividade doméstica. Amplitude complementa a profundidade ao olhar para quão amplo o componente internacional de um dado tipo de atividade é distribuído entre países.

Um bom exemplo para mostrar como estes dois conceitos são apresentados, é aquele de Botswana.  A profundidade do seu comércio é alta, com importações e exportações de produtos juntos somando algo como 102 por cento do PIB daquele país.  Mas, o comércio internacional de Botswana é muito limitado em seu escopo geográfico: 61% das exportações foram para o Reino Unido em 2013. Outros 13% foram para a vizinha África do Sul. Somente 1% foi destinado ao maior importador do mundo: os EUA.  Portanto, a amplitude do comércio de Botswana é baixa.

Eis aí um livro altamente recomendável, marcadamente para aqueles que embarcaram no argumento de que “The World is Flat” (O Mundo é Plano), como colocado pelo livro de Thomas L. Friedman, intitulado “The World Is Flat: A Brief History of the Twenty-first Century, de 2005. Neste livro o autor via o mundo como um em que todos os competidores tinham uma “mesma oportunidade”, e onde as divisões históricas e geográficas estavam se tornando “crescentemente irrelevantes”.

Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre globalização, fique a vontade para nos contatar!