Em um relatório da Strategy&, empresa do grupo PwC – Pricewaterhousecoopers, intitulado “Connected car report 2016: Opportunities, risk, and turmoil on the road to autonomous vehicles”, de 2016, é dito em seu sumário executivo: “A corrida para construir o carro totalmente conectado, e, em última instância, o veículo totalmente autônomo, já começou. Quem irá cruzar a linha de chegada com sucesso, e onde exatamente essa linha de chegada é, ainda está por ser visto”.
Este relatório está dividido em sete seções, cada uma das quais focaliza em uma questão sobre oportunidades e riscos a serem encontrados nos modelos de negócios da indústria, ecossistema, crescimento do mercado, distribuição geográfica, e tecnologias envolvidas no desenvolvimento do carro conectado, a saber:
■ Como a mudança tecnológica afeta a distribuição de valor na indústria automotiva, em processo de rápida re-estruturação?
■ Como as montadoras de automóveis irão recuperar seus investimentos nos veículos conectados e autônomos?
■ Quão rápido irá o mercado para pacotes para carros conectados irá crescer, e como as oportunidades de receitas irão estar divididas em termos de regiões, segmentos de carros, e tipos de pacote?
■ Como irão os ofertantes irão ser transformados pela mudança ampla da indústria, e o que os fará suceder?
■ Como a China irá se mover no mercado de carro conectado, e como irão esses esforços, instigados pelos digitalmente sofisticados compradores de carros e amplo leque de inovação, afetar o carro do futuro?
■ Como a tecnologia do carro conectado irá ser protegida contra cyber ataques, e como as montadoras podem enfrentar efetivamente os desafios organizacionais e técnicos?
■ Como as tecnologias de veículos autônomos, agora nos estágios iniciais de desenvolvimento, irão transformar a experiência de dirigir de amanhã?
Essas são questões centrais para o destino futuro de uma das mais poderosas indústrias do século 20, e que neste século 21 está sendo fortemente contestada pelas modernas indústrias das tecnologias de informação e comunicação - TICs e outras (como as de novos materiais, só para citar uma).
A título de exemplo, uma batalha silenciosa vem dominando as atenções desta indústria na Europa (com repercussões nas demais regiões do mundo), e que foi retratada em recente matéria do jornal Financial Times, resumida da seguinte forma: “como fazer os veículos conectados à internet conversarem entre si enquanto se locomovem nas ruas”.
A matéria aponta que a questão acima está proporcionando que duas tecnologias concorrentes estejam dividindo montadoras e operadoras telefônicas em campos distintos. As montadoras estão preferindo uma tecnologia de curto alcance, que usa radiofrequências para comunicações entre os carros. O sistema é conhecido como V2V – vehicle to vehicle. Já as empresas de telecomunicações, por outro lado, apoiam um sistema celular aberto, de longo alcance, que permite aos carros compartilharem os sinais de telefonia móvel.
Ainda é cedo para opinar sobre essa batalha. Mas uma lição já se pode tirar, e que certamente contribuirá para o debate sobre o futuro dessa indústria no Brasil. O sucesso de iniciativas nacionais, como a planejada Rota 2030, gestada no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio – MDIC, dependerá fortemente de como o nosso país se integra nessa re-estruturação mundial da indústria automobilística (não apenas como um mercado consumidor), e, principalmente, como ele (país) pode usar a sua indústria de TICs nesta direção.
Se sua empresa, organização ou instituição, deseja saber mais sobre o carro conectado, fique a vontade para nos contatar!