Nas duas últimas newsletters - de 09/10/2017 e de 16/10/2017 - estivemos tratando do tema de Transformação Digital, fundamentalmente a partir da visão da empresa Capgemini Consulting.  Na semana que passou soubemos da existência de outro importante trabalho realizado pela mesma empresa, só que desta feita a ênfase foi no Brasil.

O trabalho citado, intitulado “Pesquisa sobre a Maturidade Digital no Brasil – 2016”, teve como objetivo avaliar o grau de maturidade digital das empresas brasileiras. Ele foi realizado em parceria com a Coleman Parkes Research, empresa independente de pesquisas sediada no Reino Unido.  Todos os pesquisados pertenciam ao primeiro escalão das empresas ou se reportavam diretamente a esses executivos (gerente e líderes de TI, gerente de vendas, etc.).

Todas as perguntas exigiam respostas baseadas em uma escala de sete pontos, sendo 1 a mais negativa e 7 a mais positiva. O relatório resume os resultados de todas as entrevistas, sendo, portanto, baseado em um universo de 150 executivos provenientes de diversos setores, tais como: varejo, bens de consumo, serviços financeiros, e outros. Em alguns itens analisados, os resultados mostrados nos gráficos foram arredondados.

As principais perguntas foram relacionadas aos seguintes temas:

a) Uso de tecnologias digitais;

b) Uso da tecnologia para conhecer melhor o mercado e os clientes;

c) Uso da análise de dados (analytics);

d) Utilização de canais de acesso móveis;

e) Uso de mídias sociais;

f) Tecnologias digitais e colaboração;

g) Problemas operacionais;

h) Transformação digital.

Os resultados da pesquisa apontaram as empresas no Brasil se encontram em diferentes estágios de transformação digital, com alguns setores mais avançados que outros.  Os resultados mostram, entretanto, uma certa frustração com o atual desempenho da TI.

Para facilitar o processo de definição do nível de envolvimento da TI no processo de transformação digital, foram analisadas duas dimensões: o nível de maturidade da tecnologia e o seu grau de integração com os sistemas corporativos, sob o comando da TI atual. Assim se chegou a quatro quadrantes:

● Alta integração e tecnologia madura: A TI deve liderar a implementação no rollout corporativo. Exemplos são data lakes, DevOps e entrega contínua, nuvem, etc;

● Alta integração, mas com tecnologia ainda imatura e em fase de projetos-piloto. A TI deve atuar como uma função consultiva, para as questões de integração. Fala-se aqui de Blockchain, IoT, machine learning;

● Baixa integração e tecnologia já amadurecendo. A liderança deve ser das áreas de negócio, com apoio da TI. Exemplos típicos são drones e impressoras 3D;

● Baixa integração e tecnologias imaturas. A TI pode exercer o papel de instigadora para sua experimentação pelas áreas de negócio. Alguns exemplos são realidade virtual e a realidade aumentada;

Afinal, a estratégia digital da empresa não é uma estratégia de TI, mas da corporação como um todo. É a função e reponsabilidade do CIO e do setor de TI atuar de forma proativa nestas iniciativas digitais. Aliás, é o que o CEO e o conselho de administração esperam deles.

Como conclusão, o estudo aponta que apesar de concordarem que a transformação digital é essencial para o posicionamento estratégico do negócio, as empresas, em sua maioria, ainda precisam melhorar a maneira como a estão implantando. A introdução de novas tecnologias, por si só, não será suficiente. O importante não são as tecnologias em si, mas como usar as tecnologias digitais.

Em resumo, o desafio brasileiro não é somente o de abrir oportunidades para empresas nacionais/locais se integrarem nos sistemas da Indústria 4.0, mas também fazer com que as empresas brasileiras como um todo sejam capazes de usar as tecnologias digitais de forma adequada, e que contribua para o aumento de suas competividades.

Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre maturidade digital, fique a vontade para nos contatar!