Na newsletter da semana passada argumentamos que um aspecto relevante que não vem merecendo a devida atenção na discussão internacional sobre a introdução das CBDCs – Central Bank Digital Currencies – Moedas Digitais dos Bancos Centrais (como o Real Digital), são os efeitos de rede que emergem nos negócios e transações digitais.
Nesta terceira década dos anos 2000 deveremos vivenciar uma substantiva transformação no Sistema Financeiro Nacional – SFN, tão significativa quanto aquela que ocorreu nos anos 60 do século passado (que tratamos aqui nas newsletters de 25-04-2021, 29-08-2021, e 05-09-2021), e que gerou a arquitetura do atual sistema.
Na newsletter da semana passada, iniciamos uma discussão sobre o surpreendente crescimento recente dos Mercados de Capitais no Brasil. Apontamos que o desenvolvimento desses mercados no Brasil foi retardado em função de um efeito de “crowding out” (efeito de deslocamento) provocado pela ação do Estado em relação ao setor privado. E finalizamos afirmando que estaríamos indicando (na newsletter desta semana) o que estamos pensando sobre um novo desenho de arcabouço institucional que contemple uma nova realidade financeira, consumidores mais informados e exigentes, e novos desafios para o país.
Enquanto a política no Brasil não vai bem (com uma polarização exacerbada, e que nada contribui para o desenvolvimento do país), uma revolução silenciosa está acontecendo no comportamento do brasileiro: ele está mais preocupado com Finanças, e está, a cada dia, procurando saber mais, e participando mais, dos Mercados de Capitais (*).
Em março do corrente ano um episódio peculiar chamou a atenção de quase todo o planeta. Um artista digital norte-americano, de nome Mike Winkelmann (também conhecido como Beeple), teve uma NFT- Non-Fungible Token de uma de suas obras digitais (intitulada “Everydays: The First 5000 Days”, replicada na figura ao lado) vendida (na famosa casa de leilões Christie) por US$ 69 milhões (isso mesmo: sessenta milhões de dólares, ou seja, quase R$ 377 milhões, no câmbio atual)(*).
Escalabilidade Social é um conceito que foi popularizado por Nick Szabo, o qual o define como “os meios e limites pelos quais participantes podem pensar sobre, e responder a, instituições e outros participantes à medida que a variedade e o número de participantes destas instituições ou relacionamentos cresce”.
Como argumentamos na semana passada, o fenômeno silencioso do crescimento do ecossistema dos dados e da infraestrutura dos ativos digitais está evoluindo de uma maneira assustadora! Confirmamos isso com a leitura de recente relatório desenvolvido pela The Block Research, onde observamos que à medida que esse ecossistema se desenvolve, a especialização emerge, o que pode ser constatado a partir de uma “Hierarquia de Necessidades de Dados & Infraestrutura dos Ativos Digitais”, tal como mostrado na newsletter passada.
Não temos mais dúvidas: o fenômeno silencioso do crescimento do ecossistema dos dados e da infraestrutura dos ativos digitais está evoluindo de uma maneira assustadora! Como bem apontado na introdução ao relatório com o título desta newsletter, produzido este ano pela The Block Research, os ativos digitais rapidamente saíram de “um nascente ecossistema com alguns poucos participantes para um espaço profissional com investidores, startups apoiadas por venture capital, e negócios bilionários. Com centenas de bilhões de dólares em valor fluindo através da indústria a cada ano, a necessidade de informação acurada e confiável cresceu significativamente”. Um ano e US$ 2 trilhões em capitalização do mercado cripto total depois, a demanda por dados da indústria confiáveis e acionáveis aumenta com cada alta recorde alcançada.
Em 2019 os economistas Avi Goldfarb e Catherine Tucker publicaram no Journal of Economic Literature (Revista de Literatura Econômica), uma das mais conceituadas revistas de Economia do mundo, o artigo intitulado “Digital Economics” (Economia Digital). De forma resumida, neste artigo os autores argumentam o seguinte:
Na semana que passou iniciamos uma breve resenha do livro intitulado “The Art of Economic Catch-Up Barriers, Detours, and Leapfrogging In Innovation Systems” (A Arte do Alcance Econômico: Barreiras, Desvios, e Saltando em Sistemas de Inovação), do Professor Keun Lee, da Seoul National University, editado em 2019 pela Cambridge University Press.
Tivemos a oportunidade de ler recentemente o livro intitulado “The Art of Economic Catch-Up Barriers, Detours, and Leapfrogging In Innovation Systems” (A Arte do Alcance Econômico: Barreiras, Desvios, e Saltando em Sistemas de Inovação), do Professor Keun Lee, da Seoul National University, editado em 2019 pela Cambridge University Press.
Na newsletter da semana que passou iniciamos uma discussão sobre as diferenças entre Política Industrial e Estratégia Industrial. Tal discussão se faz necessário porque enquanto alguns segmentos da academia (e de profissionais envolvidos com o processo de “policy making” em governos) advogam um “retorno” à adoção de políticas industriais, alguns países avançados estão optando pelo desenho e implantação de estratégias, e, dentre essas, de estratégias industriais. Logo, como decidir?
Em muitas situações de negócios, sejam eles particulares ou de natureza pública, vemo-nos em posições de tomar decisões importantes para as empresas, organizações ou instituições. No entanto, quase nunca nos perguntamos se estamos tomando decisões de acordo com uma “política” ou de acordo com uma “estratégia”. Mas o que é uma política e o que é uma estratégia?