
No início do mês de setembro do corrente ano o Ex-Primeiro-Ministro da Itália e Ex-Presidente do Banco Central Europeu, Mario Dragui, publicou o seu tão aguardado report sobre a competitividade da União Europeia. O documento, intitulado “The future of European competitiveness” (O futuro da competitividade Europeia), está dividido em duas partes: a Parte A: “A competitiveness strategy for Europe” (Uma estratégia de competitividade para a Europa) (69 páginas) e a Parte B: “In-depth analysis and recommendations” (Análise aprofundada e recomendações) (328 páginas).

Na semana que passou o Presidente da República sancionou o PL 19/2020, criando a Lei 14.968. Esta lei aperfeiçoa a política industrial para o setor de tecnologias da informação e comunicação - TICs e para o setor de semicondutores; adequa o prazo de concessão de incentivos e de estímulo à tecnologia nacional; cria o Programa Brasil Semicondutores (Brasil Semicon); e altera o Decreto-Lei Nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, e as Leis Nºs 8.248, de 23 de outubro de 1991, 11.484, de 31 de maio de 2007, e 13.969, de 26 de dezembro de 2019. A nova lei prorroga os incentivos fiscais para a indústria de TICs para até o ano de 2029 (*).

Neste final de agosto de 2024, nós, cidadãos residentes no território nacional, fomos impactados por uma medida judicial que baniu a plataforma digital X/Twitter de existir no espaço brasileiro, e, além disso, vinte milhões de seus usuários foram praticamente proibidos de acessá-la por meios como VPN (Virtual Private Network). Neste fato, entrelaçam-se figuras como as do empresário Elon Musk e do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal - STF.

Na primeira parte desta newsletter apontamos que os desempenhos de neobancos como o Revolut na Grâ-Bretanha, e o Nubank aqui no Brasil, são o reflexo (e porque não dizer, causa) de uma profunda, intensa, acelerada e silenciosa revolução que está varrendo o setor financeiro internacional, e o mercado bancário em particular.

Quais são as principais características distintivas de empresas como Revolut e Nubank? Revolut, um neobanco britânico (*), confirmou recentemente uma valoração de US$ 45 bilhões via uma venda de ações pelos empregados. Este marco colocou a empresa como o segundo banco britânico mais valioso, atrás apenas do HSBC (superando uma valoração prévia de U$ 33 bilhões em 2021), e logo depois de assegurar sua licença de operação como banco na Grã-Bretanha e no México.

“As crises financeiras de 2008-10 nos Estados Unidos e a crise da dívida soberana na região do Euro de 2010-2012 são claros exemplos de como colisões financeiras podem trazer para baixo economias inteiras. Ao contrário de décadas passadas, estas colisões não estiveram limitadas a oscilações selvagens em preços de ativos, nem a grandes ganhos e perdas para tubarões e tolos. Elas não somente afligiram países onde problemas institucionais e claras linhas de falhas no modo como os mercados financeiros operam tornam uma crise uma matéria de tempo. Mais que isso, elas foram crises macro-financeiras.

Como temos apontado em algumas newsletters (ver particularmente Scaling up Ecosystems (Escalando Ecossistemas) Parte 1, publicada em 13/05/2024), o foco do Grupo de Finanças Digitais da UFPE (o qual temos a honra de pertencer) é o da convergência de três importantes ecossistemas financeiros baseados em plataformas digitais: o CeFi – Centralized Finance, o DeFi- Decentralized Finance, e o que denominamos por PlatFi- Platform Finance. Esta convergência está na origem do próprio termo “Digital Finance” – Finanças Digitais) (ver Figura 1 à frente).

Neste mês de julho do corrente ano os Professores Carl Shapiro (da University of California) e Ali Yurukoglu (da Stanford University) publicaram no NBER- National Bureau of Economic Research o seguinte artigo: Trends in Competition in the United States: What Does the Evidence Show? (Tendências em Competição nos Estados Unidos: O Que a Evidência Mostra?).

A estratégia denominada Ecosystem-Led Growth – ELG (Crescimento Liderado por Ecossistema) é um novo movimento go-to-market (vá ao mercado) que focaliza no ecossistema de parceiros como o meio primordial de atrair, converter, e crescer relacionamentos com consumidores.

Nas duas newsletters anteriores desta série (Parte 1 e Parte 2) iniciamos uma discussão sobre uma “Teoria de Ativos Seguros”, argumentando que tal teoria deve estar ancorada em uma “Teoria de Moeda”. Neste sentido, buscamos a contribuição do Prof. Markus Brunnermeir, da Universidade Princeton nos EUA, com sua “I Theory of Money”, e apontamos para o caso prático de mudanças de ânimo do mercado que levam a fluxos de capital de países emergentes para economias avançadas, as quais ofertam ativos seguros.

Na newsletter da semana passada, Safe Assets (Ativos Seguros) (Parte 1), iniciamos uma discussão sobre uma “Teoria de Ativos Seguros”, argumentando que tal teoria deve estar ancorada em uma “Teoria de Moeda”. Neste sentido, fomos buscar a contribuição do Prof. Markus Brunnermeir, da Universidade Princeton nos EUA, com sua “I Theory of Money”.

Atualmente a noção de Segurança tem adquirido uma dimensão jamais imaginada na História. Segurança advém da condição humana e da permanente busca de estabilidade e desenvolvimento num ambiente de riscos. Damo-nos conta disto quando percebemos, com mais intensidade recentemente, o aumento da insegurança climática, a insegurança pública, a insegurança jurídica, e a insegurança econômico-financeira, dentre outras.

Há 17 (dezessete) anos escrevíamos aqui nesta newsletter sobre a Teoria Modigliani-Miller (TMM) como um tema inescapável da moderna Teoria das Finanças. Conhecida como a “teoria da irrelevância da estrutura do capital”, ela propugna que, sob certas condições, o valor de uma empresa é o mesmo independente de se ela se financia por dívida ou por ações.