Muitas empresas, principalmente startups, conjecturam sobre a fraqueza de certos mercados (por exemplo, os do nordeste e do norte do Brasil), e sobre a pujança dos mercados de regiões mais prósperas (como sudeste e sul). Mas como os negócios são realmente conseguidos? É o preço do produto que se pretende vender, ou suas características, como tecnologia e suporte? É o modelo de negócio? Difícil dizer!
O impacto da enorme queda nos preços das tecnologias de informação e comunicação- TICs tem incentivado uma grande literatura (em Economia e em Administração principalmente). A maioria dos estudos econômicos dos efeitos das TICs na organização da empresa, na desigualdade e na produtividade, trata as TICs como um estoque de capital agregado homogêneo. No entanto, estas tecnologias têm dois componentes distintos. Primeiro, através da propagação de um cada vez mais baixo custo de armazenamento e processamento de dados, informação está se tornando mais barata de acessar (TI). Segundo, através da propagação de comunicações baratas com e sem fio (TC), os agentes econômicos percebem que é cada vez mais fácil se comunicar uns com os outros (exemplo, e-mail e dispositivos móveis).
Nós estamos vivendo na idade da inovação disruptiva (ou de ruptura): a idade da “Big Bang Disruption”. Na Big Bang Disruption, novos bens entram no mercado tanto melhores quanto mais baratos do que os produtos existentes desde o momento de sua criação. Este é o argumento central do livro “Big Bang Disruption: Strategy in the Age of Devastating Innovation” (A Ruptura Big Bang: Estratégia na Idade de Inovação Devastadora), produzido e lançado este ano por Paul F. Nunes e Larry Downes, ambos técnicos da Accenture.
Em um artigo recente, intitulado “Too Small to Regulate” (Muito Pequenas para Regular), publicado no Banco Mundial como Policy Research Working Paper No. WPS 6860, os economistas Kaushik Basu e Avinash Dixit apresentam o seguinte argumento. Ao longo de anos os economistas defenderam que, para uma economia ou um mercado, é melhor ter muitas pequenas empresas do que algumas poucas grandes. Muitas empresas significa maior competição (o que se convencionou chamar de “competição perfeita”); significa que usualmente este contexto leva a preços mais baixos, próximos dos custos marginais, e, portanto, alcança-se maior excedente total social e maior eficiência, levando a economia mais próxima de sua fronteira de Pareto.
A MIT Sloan Management Review, conceituada revista de Administração dos EUA, em parceria com a SAS (empresa da área de Analítica), publicou um Relatório de Pesquisa neste mês de maio com o título desta newsletter. O objetivo da pesquisa conduzida pela revista foi aprofundar o conhecimento sobre os desafios e oportunidades com o uso de Analítica de Negócios (mais detalhes sobre a área de Analítica, ver nossas newsletters de 24/11/2013, 14/04/2013, 17/02/2013, e um trabalho deste editor neste link).
Na newsletter da semana passada iniciamos uma discussão sobre as Cadeias Globais de Valor – CGVs e deixamos duas perguntas no ar: como está o Brasil no contexto das CGVs? E como estão nossas TICs? Como este enfoque das CGVs é muito recente, são ainda muito poucos os trabalhos que se orientam por esta perspectiva.
As Global Value Chains - GVCs, ou Cadeias Globais de Valor - CGVs, tornaram-se uma característica dominante do comércio internacional e do investimento, envolvendo economias em desenvolvimento, emergentes e desenvolvidas. O processo geral de produzir bens, desde as matérias-primas até os produtos finais, é crescentemente conduzido em qualquer lugar onde as habilidades e os materiais necessários estejam disponíveis, a custos competitivos e com qualidade. A fragmentação internacional da produção é conduzida por mudanças nos negócios e no ambiente regulatório, por novas tecnologias, por mudanças no pensamento corporativo e nas estratégias das empresas, e pela sistemática liberalização do comércio e do investimento ao longo das duas últimas décadas.
“Somos o 4º maior mercado de TICs do mundo (segundo dados da BRASSCOM – Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), no entanto, este setor está na 60ª posição mundial (dentre 142 países) em termos de preparo, uso e impacto na economia e sociedade, segundo o Networked Readiness Index- NRI 2013 (Índice de Preparo em Rede- IPR 2013) do Fórum Econômico Mundial- FEM em seu The Global Information Technology Report- GITR 2013”.
Cloud Computing (Computação em Nuvem) é um estilo de computação em que capacidades escaláveis e elásticas de TI são fornecidas como um serviço usando tecnologias internet. Cloud infrastructure as a service é um tipo de serviço de cloud computing; ele tem paralelos com iniciativas de TI em infraestrutura e data-center.
Nas últimas poucas décadas a negociação de ações e títulos financeiros tem crescentemente sido conduzida de forma automatizada. Muitos mercados abraçaram o livro de ordem eletrônico como uma funcionalidade fundamental para seus modelos de mercado, e abandonaram a intermediação humana.
Sim, o empreendedorismo tem teoria! A área de empreendedorismo é tratada na academia como o exame de como, por quem, e com que efeitos oportunidades para criar bens e serviços são descobertas, avaliadas e exploradas. Consequentemente, a área envolve o estudo das fontes de oportunidades; os processos de descoberta, avaliação, e exploração de oportunidades, e o conjunto de indivíduos que descobrem, avaliam e as exploram.
Na newsletter da semana passada iniciamos uma discussão com o título acima. Ao apontarmos o “paradoxo da indústria de TICs do Brasil” (somos o 4° maior mercado de TICs do mundo, mas esta nossa indústria está na 60ª posição mundial em termos de preparo, uso e impacto na economia e sociedade), diagnosticamos que uma das razões para isso reside em que o seu modelo institucional perdeu a capacidade de gerar benefícios. E a raiz desta perda tem origem na estrutura fechada (ao comércio internacional) da economia do Brasil. Logo, para superar aquele paradoxo, nossa indústria de TICs deve considerar estrategicamente que a saída está no mercado internacional. Nesta newsletter vamos levantar algumas propostas que possam contribuir para um debate sobre um Plano Estratégico para o setor de TICs no país.
Este é um ano decisivo para o futuro do Brasil: é um ano onde serão feitas escolhas públicas para a Presidência da República e para os principais representantes dos estados da federação. Não é um ano qualquer; é um ano onde a população brasileira (marcadamente mais de 100 milhões de eleitores) irá decidir sobre um importante conjunto de coisas que irão afetar o futuro deste grande país.